Neste artigo vamos refletir sobre a importância de integrar a psicologia no atendimento ao cliente de planejamento financeiro.
Por muito tempo, acreditou-se que ser um bom planejador financeiro exigia dominar assuntos financeiros, realizar cálculos, projeções e ter um amplo conhecimento de produtos financeiros e de investimentos. No entanto, o mundo está passando por transformações em uma velocidade que supera nossa capacidade de adaptação.
No mundo atual, todos os elementos citados para representar um planejador de sucesso continuam sendo válidos, mas não são mais suficientes. Cada vez mais é necessário olhar para o cliente de uma forma mais holística, compreendendo que finanças e comportamento financeiro não podem ser vistos de forma isolada, pois fazem parte de um "Ser" inserido em uma cultura com uma imensidão de crenças e valores, enxergando tudo ao seu redor através das lentes de seu contexto, crenças, emoções e percepções.
Na verdade, sempre foi assim; não é algo novo que seja importante ter esse olhar mais profundo sobre os clientes de planejamento financeiro. No entanto, dado que os seres humanos tendem a mudar apenas quando se sentem ameaçados, diria que este parece ser um momento oportuno para tal reflexão.
Com o avanço da tecnologia, a automação substituirá cada vez mais funções que antes eram desempenhadas por pessoas. Hoje, com alguns cliques, é possível montar uma carteira de investimentos e aplicativos simples podem ajudar a organizar as finanças sem a necessidade de anotar todas as receitas e despesas. Este é apenas o começo das evoluções que estão acontecendo e que ainda estão por vir.
Neste contexto, especialmente em uma era repleta de estímulos e facilidades para o consumo e o endividamento, juntamente com o aumento das doenças mentais, como ansiedade e depressão, estamos nós, profissionais, tentando conscientizar as pessoas sobre a importância de pensar no futuro e gastar menos do que ganham.
A integração da psicologia é fundamental para que o planejador financeiro possa aplicar técnicas de avaliação que forneçam informações cruciais para a compreensão de seus clientes. Isso possibilitará o uso de novas técnicas para auxiliar o cliente a se enxergar dentro do contexto social e pessoal e traçar estratégias mais eficazes para alcançar seus objetivos e sonhos.
O campo das finanças comportamentais, em especial graças ao trabalho de Daniel Kahneman, já lançou luz sobre a ignorância que considerava o ser humano como um ser completamente racional em seu processo de tomada de decisão financeira. O estudo de heurísticas e vieses, os atalhos mentais que interferem nas decisões econômicas, foi um avanço significativo que abriu caminho para a incorporação de outras áreas da psicologia, proporcionando uma compreensão mais profunda do ser humano.
Embora a porta para essa compreensão ainda seja estreita em alguns ambientes, tem se tornado evidente, por meio da experiência de profissionais, que é necessário ir além. O conhecimento de heurísticas e vieses é útil, mas limitado. Diante disso, é cada vez mais essencial que os profissionais se inclinem para o estudo da psicologia, sociologia e filosofia, para se tornarem profissionais tão habilidosos com pessoas quanto são com números.
Entendendo Como Nossos Sentimentos Moldam as Decisões Financeiras
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